O Censo Escolar 2024 foi divulgado na última quarta-feira (9) pelo MEC e Inep. A pesquisa revelou diversos dados sobre a Educação no Brasil e reafirmou pelo terceiro ano seguido que havia mais professores contratados temporariamente do que concursados.
O número de docentes concursados é de 331.440, o que equivale a 49,96%, enquanto os temporários são 331.971, ou seja, 50,04%.
Nessa modalidade de contratação os professores têm condições precarizadas, não tendo plano de carreira, estabilidade, aumentos ou bônus, como os quinquênios.
Os professores temporários muitas vezes não têm direito a licenças, trabalham em horários “quebrados”, dão aula em mais de uma escola para conseguir garantir a renda mensal, e sofrem com a rotatividade e incerteza de se manter trabalhando após o fim do contrato.
Tudo isso impacta diretamente na qualidade do ensino, no desenvolvimento dos alunos e na criação de vínculos com os estudantes.
O regime de contratação temporário está começando a se tornar majoritário. O Acre lidera o ranking dos estados com mais professores temporários, são 79,28%, seguido por Santa Catarina (75,96%) e Mato Grosso (74,88%).
A nível federal há 86,2% de concursados contra 13% de temporários. Já na esfera estadual o número de temporários (49,1%) é maior que o de concursados (49%). Em nível municipal, a média é de 62% de concursados contra 35,4% de temporários.
Número de professores é recorde
Apesar desse cenário, o Censo 2024 também mostrou que o número de professores é recorde. São 2.367.777 docentes nas redes pública e privada do país, número maior que o registrado em 2023 (2.354.194).
Ainda de acordo com a pesquisa do Inep, agora o Brasil tem uma média de um professor para cada 19,9 alunos. Há 18 anos atrás, em 2007, a proporção era de 28 alunos para cada docente.